sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Ainda não cansei. Não cansei de jogar esse jogo. Jogo do qual, eu sempre perco no final. Nunca sobra um peão no tabuleiro. Nunca sobra um zap na mão de onze. Nunca sobra uma falta na boca da área. Até parece que voce tira todas as minhas oportunidades reais. Tira-as de mim e joga fora. Não usa. Usa as tuas mesmo. Essas ai que você guardou durante não sei quanto tempo. Guardou só pra jogar tudo no meu colo. Parece que sabia que um dia, o mandante iria deixar a bola rolar ao meu favor. Parece que sabia a hora que eu iria chegar. A direção que ia tomar. E mesmo assim, não me impediu de realizar essas ações. Você foi capaz de virar a cara durante 15seg e não perceber. Foi capaz de me deixar ver tudo. Foi capaz de entrar na tua estratosfera de proteção e se fechar lá. Você fechou a porta na minha cara. Eu bati com a testa no vidro e refuguei. Refuguei 15m. E aqui estou eu. Observando você escondida atraz desse pirulito que insiste em não me deixar ver o brilho das estrelas por de traz desse emaranhando de açucar. Tenho vontade de tirar ele dai e quebrar. Quebrar em 230 pedaços pra quando voltar, nunca mais perder o caminho. Caminho que insisto em errar sempre. Mas mesmo assim, eu ainda não cansei. Não cansei de jogar esse jogo. Não cansei mesmo. Depois disso tudo, ainda sou capaz de correr uma maratona. Não essas de 43km e sim uma de 230km. Chego ai e ainda dou piruletas. Subo escadas. Canto e te faço rir. Não conto piada e nem faço gracinhas, e mesmo assim, consigo fazer voce sorrir. Não sei como, mas eu aprendi a fazer isso. Aprendi tambem que não adianta tentar deixar algo ai, voce simplesmente ignora e passa por cima. Finjo não ligar. Você finje não ligar. Ambos fingimos e o que ganhamos no final? Nada. Nada me faz acreditar que fora daí consigo finjir algo. Consigo enchergar algo. Ou ouvir. Fora daí, 1 seg não termina. Ele se repete assim como a velha canção repete aqui no toca-discos. Repete assim como o ultimo capitulo da novela se repete no sábado. Assim como se repete todas as tentativas frustadas de pular do onibus em movimento. Se repete e isso fica no repeat até o dia nascer. Levando toca e qualquer frustração pelas tentativas em vão. E só depois, quando o sol já estala la no alto que eu consigo perceber que não deveria pegar o onibus das 4 e sim o das 8, quiça, o das 9. Deveria sim. Faria bem. Não pra você, mas pra mim. Deveria tambem voltar e procurar. Deveria não deixar nenhuma pendencia. Não mesmo. Não mais. Sem mais. Sem nada. Nada não é nada. Nada é apenas uma palavra esperando tradução. Eu já encontrei uma, mas ainda ninguem concordou comigo. Nada, é igual a: tudo fora daí. Tudo soa como nada. Tudo me lembra nada. E as memórias, me fazem acreditar que ai, tudo foi muito mais que nada. Muito mais que tudo. Em 15seg eu aprendi coisas que concerteza, fora daí, demoraria pelo menos 230 anos. Concerteza. Concerteza tambem eu agora olho no relógio e vejo que ele marca 23:30. Está quase na hora do bonde passar. Passar levando a alegria e a lembrança. Alegria. Viva. Corre. Anda. Sai. Conheça. Aprecie. Viva, enfim, viva. Obrigado vida. Não deveria, mas digo, você me faz bem. O vida. Obrigado. Hoje é sexta. E não há male que me me faça ficar aqui e assistir o teu silencio. Quem sabe se a tua janela piscasse, eu poderia tentar ficar mais 15min. Mas como isso não acontece, me dispenso e desejo sorte. Sorte pra vida. Amanha é sábado. Você vai ficar bem jovem. Vá. Conte a todos sobre isso. Vá lá. Viva. Obrigado vida. Obrigado.

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