Bixo, só falo uma coisa. Aqui em rio preto o tempo esta estranho. Começou a esfriar. Mas do nada aquenceu demais. Tanto climaticamente quando psicologicamente. O tempo esta bom. O tempo mudou. A chuva não vai cair e isso é bom. Eu vou pra casa e não sentirei aquele frio. O cachorro vai latir, vou tropeçar. Vou correr pra atravessar o semáfaro e vou me sentir vivo. Essa noite eu estou vivendo. Sim, estou vivendo demais. Tomei toda a coca e comi 2 pacotes de bolacha. Isso me faz bem. Mas esse jogo hoje, esta me fazendo muito mais bem. Vou parar na rua e conversar com lua. Perguntar porque o sol, que é muito mais quente, não foi capaz de esquentar tanto quanto ela. Acho que é a compania. Ou até, o momento. 15min. Ou mais. Não lembro. A vida entrou em mim. Ela entrou pra valer. Eu sinti. O joelho estalou. O cabelo arrepiou. O olho se arregalou quando viu tamanha vida adentrar minha alma. Tamanha cor ser preenchida de forma tão marcante. Tamanho volume adquirir espaço tão repentinamente. Tamanha sede passar com um gole sem bico. Ou com. A vida me trouxe aquele amanhacer já quase entardecer daquela manha quase tarde de domingo de volta. Me trouxe o barulho do freio-de-mão. Me trouxe aquela vontade louca de tomar pepsi tamanho extra-mega-ultra-grande. Me trouxe aquele medo. Aquele medo bom. Aquele que a gente sente, mas que no fundo, sabemos que só sentimos ele quando estamos muito seguros. Me trouxe tambem aquela conversa de botas batidas de meias palavras que me deu animo para acordar muitos dias. Me fez até esquecer que estou todo melado de coca. Me fez esquecer dos dias ruins. Me fez lembrar o dia 28 de agosto. Me fez lembrar o dia 12 de março. Me fez lembrar que ainda é cedo. Me fez muita coisa em tão pouco tempo que eu prefiro parar por aqui e curtir mais um pouquinho antes de mais um adeus. Vou ali, dançar na chuva, cantar igual o Roberto Carlos e tocar igual o Charlie. Ah, vou ali esperar. Mesmo sabendo que...
Outra coisa. Esquece o covao. E se lembre sempre: se eu escrevo, é pra você.