quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Eu não sinto mais necessidade de escrever. Eu não consigo mais aprender nada aqui. Posso parar por aqui e seguir. Cabisbaixo. Sabe porque? Porque mexeram no meu queijo. Tiraram tudo do lugar e foram embora sem nem ao menos entrar e ver a bagunça. Eu não ligo mais pra nada. Muito prazer. Nem assusto mais com as quedas de energia. Nem assusto mais ao ouvir um plim qualquer de alguma janela do msn. Nem assusto mais ao ouvir um rojão. Eu não assusto mais. Já passei desse estágio. Eu não aprenderei mais nada aqui. Sabe porque? Porque mexeram no meu queijo. Tiraram tudo de lá. Eu agora, só quero calçar meu tenis e partir. Posso partir e nunca mais voltar. Quem vai ligar? Quem vai saber que eu parti? No máximo, quando alguem precisar de alguma coisa e vier procurar aqui, vai perceber que a poeira tomou conta de tudo e vai se tocar que a vida passou por aqui, deixou alguns livros na mesa e partiu junto comigo. Eu agora vou ali, sentar em baixo de alguma arvore, abrir uma toalha e comer algo com as formigas. Você pode até passar na frente e sentar tambem, mas o que eu vou levar pra comer eu tenho certeza que você não gosta. Se você quiser levar teu lanche de casa e sentar aqui, a toalha é pequena, mas eu sento na terra. Não tem problema. Eu não ligo mais. Mexeram no meu queijo. Tiraram tudo de lá e ainda deixaram a torneira da pia pingando. Chutaram meu cachorro, rasgaram meu sofá e mexeram no meu queijo. Não suportei ver tudo isso e parti. Não olhei pra traz. Eu apenas li de novo aquele .txt que havia impresso. Li. Não senti nada. Dobrei e fui guardar, mas ai, lembrei que haviam mexido no meu queijo e rasguei. Piquei pedaço por pedaço. Cavuquei os bolsos e encontrei uma foto. Olhei. Lembrei. Rasguei. Eu ultrapassei essa fase, assim com o Mario ultrapassa depois de matar o chefão. Eu fiz a mesma coisa, só que ao invéz de matar algo externo, eu matei interno. Taquei fora. Tudo. E por isso, eu não ligo mais. Depois que mexeram no meu queijo, eu não liguei mais pra nada. Não sinto vontade de ligar. Não. Não. Não ligo se não ligar. Não ligo se ligar. Se ligar, não ligo. E se não ligar, eu continuarei não ligando. Já que não ligaram, eu tambem não ligarei. Já que mexeram no meu queijo, e partiram, eu não vou mais ligar. Não mesmo. Eu só penso no que conquistei ficando aqui. Não foi muita coisa, mas eu só não ligo mais, porque eu aprendi que os outros não ligam quando mexem no seu queijo. Ninguem se importa. Simplesmente chegam, mexem e partem. Partem e depois voltam todos os dias pra ver se você deixou algum outro queijo lá para poderem mexer de novo. Eu cansei. Cansei de ser o mesmo rato. Cansei de ser o mesmo Sniff. O mesmo Scurry. Cansei até de ser o Hem. Pois é. Cansei. E mesmo cansado. Eu vou partir. Partir pra nunca mais voltar pra essa sala sem queijos. Essa sala sem nada. Essa sala bagunçada com meia duzia de cartas escritas rasgadas sobre a mesa. Cartas que eu mesmo escrevi. Escrevi não mandei. Não mandei porque se tivesse meu queijo no lugar, eu ia entregar pessoalmente. Mas como mexeram, eu abandonei e parti. Te espero ali no pique-nique. Sinta-se em casa pra chegar e tirar os sapatos. Se demorar 186 horas, 186 dias eu não ligo. Não ligo mais pra nada. Ou melhor, ligo sim e você sabe que eu ligo. Se tua janela não piscar durante 186seg eu ligo. E isso é tudo. Do jeito que estava eu mandei. Só adicionei a parte do pvt. Espero encontrar o remédio pra perna melhorar e assim quem sabe, eu não volto a remarcar minha viagem. Te vejo daqui algumas horas e espero ver o remédio em suas mão. Tchau.
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