sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Ta chegando o dia que eu vou cantar. Nesse dia, o sol não sairá e nem os passaros cantarão. O vento irá fazer um barulho diferente e a porta do teu quarto irá bater mesmo com a janela fechada. Teu vizinho irá tocar a campainha e meu nome sumirá do teu monitor. As chaves cairão no chão e todas minhas cartas sumirão do nada. Vai ser um dia diferente, pelo menos pra mim. Não fará calor e nem a chuva nos brindará com um banho. A esperança não mais virá a galope e meus sussuros não aquecerão mais teus ouvidos. Você entrará na fila e de lá, dificilmente sairá. Demorarei pra responder, quando responder. Tudo ficara escuro e as correias que movem esta máquina, voltarão a rangem. Meu relógio não contará mais os dias e as horas não passarão como de costume. Eu sairei de casa sem rumo e sem vontade alguma de voltar. Eu perderei a vontade de escrever e de tentar entender as coisas. Será um dia diferente, pelo menos pra mim. Pra você, será um dia qualquer, assim como todos esses foram. Eu esquecerei o dia 28 de agosto. Esquecerei o dia 16 de setembro e tantos outros. Esquecerei de boa parte dos meus dias durante este tempo e o covao não fará mais sentido quando eu voltar para ler as postagens antigas. Tudo mudará, sem eu mudar nada de lugar. Eu continuarei fingindo e você respondendo por educação. Será tudo muito chato. Tudo muito parado. Eu pararei de mandar os envelopes por mala-direta e os correios sentirão minha falta. Tua caixa de correio enxerá de poeria e teu carteiro não assustará mais com os latidos. Será um dia diferente, pelo menos pra mim. Você saberá quando esse dia chegar. Eu não direi nada, mas voce perceberá algo estranho. Por hora, continuarei aqui gritando sem poder ser ouvido. Ainda bem. E quando eu cantar, no dia seguinte eu lhe entregarei boas novas. Será um dia diferente, pelo menos para mim.
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