domingo, 28 de outubro de 2007

Teu caminho de palavras constrói a ponte que me leva do céu para o inferno. Se nele encontro espinhos, pisoteio-os com tanta veemencia que nem sinto no momento, mas o rastro de sangue que fica no caminho me faz pensar em voltar. Se nele encontro o orvalho da mais linda grama verde, volto e procuro outro chão para não estragar o tão belo e precioso canteiro. Prefiro pisar naquele chão batido, aquele mesmo que deixa o pé todo vermelho e as unhas sujas. Prefiro ele, pois, sei que sinto de verdade onde eu piso e que sei que se sangrar em algum momento, vem um rajada de vento e tapa todo meu rastro de sangue. Prefiro ele tambem pela dificuldade que sinto para voltar um passo atraz, tendo em vista que a tal rajada de vento é eterna e que a cada passo para frente, automaticamente o de traz de deforma, transformando aquele chão todo pisoteado em mera confusão de grãos de areia delicadamente misturados com barro. Desculpa, mas o jovem cowboy aqui está em fase de aprendizado. Desculpa. É João Guilherme, fiquei sabendo que você comprou um caderno de rascunhos pensando que la, conseguiria deixar tudo isso de lado. Mero novato. Sorria, apenas isso.

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